Depois de fazer 2 a 0 em 18 minutos do primeiro tempo, dando a impressão a seus torcedores de um triunfo fácil, o Atlético-MG se assustou com o início de reação do Vasco, que fez seu gol no começo da etapa final, mas conseguiu segurar a vitória, por 2 a 1, na tarde deste domingo, no Mineirão, iniciando de forma positiva a sua caminhada no Campeonato Brasileiro. O time vascaíno, por sua vez, não teve o retorno que desejava à elite do futebol brasileiro, depois de conquistar o título da Série B no ano passado.
Foram dois tempos completamente distintos. No primeiro, o Atlético-MG foi superior e soube aproveitar as falhas do sistema defensivo vascaíno para abrir uma vantagem, que poderia ter sido maior, caso os jogadores atleticanos, especialmente Muriqui, não desperdiçassem tantas oportunidades. “Nós assistimos ao Atlético jogar em muitos momentos”, lamentou o técnico Gaúcho, referindo-se ao comportamento defensivo do Vasco nos 45 minutos iniciais.
No segundo tempo, no entanto, o Vasco voltou melhor, dominou o adversário na maior parte da etapa. Aos 10 minutos, Elton fez o gol da equipe carioca, colocando pressão sobre o time da casa, que já não conseguia chegar ao ataque com a facilidade de antes e, muito menos, levava perigo ao gol defendido por Fernando Prass.
O crescimento do Vasco no segundo tempo minimizou os protestos de torcedores da equipe que compareceram ao Mineirão contra o técnico Gaúcho e transformaram em gritos de apoio ao time em busca do seu empate. Em vários momentos, os torcedores atleticanos ficaram em silêncio, temerosos do que poderia acontecer em campo.
Tardelli, a grande esperança atleticana e que fez um bom primeiro tempo, especialmente por servir seus companheiros, não rendeu o mesmo futebol na etapa final. Dodô, substituto de Carlos Alberto e que teve liberdade para jogar, sem preocupações defensivas, de acordo com Gaúcho, teve atuação apagada e foi substituído por Caíque.
O primeiro tempo começou com grande pressão atleticana. O Vasco demorou quatro minutos para conseguir chegar ao ataque, mas, curiosamente, a primeira finalização foi feita por Dodô, aos 5min, defendida por Aranha. O gol atleticano, no entanto, não demorou a sair. Aos 9min, Ricardinho aproveitou jogada de Diego Tardelli, pela esquerda, e colocou a bola nas redes.
“Espero que seja o primeiro de uma série de gols não apenas meus, mas de todo o time do Atlético-MG no Campeonato Brasileiro”, comentou o meia Ricardinho, que abriu o caminho para a vitória do clube mineiro. O Vasco sentiu o golpe e demonstrava desorganização, especialmente em seu sistema defensivo, que ficava bastante exposto à movimentação dos atacantes atleticanos, especialmente Tardelli, que se deslocava pelos lados e criava sucessivas oportunidades de gol.
Em uma delas, aos 18min, Muriqui fez 2 a 0. E foi novamente uma jogada de Diego Tardelli, dessa vez pela direita. Ele bateu cruzado e o seu companheiro de ataque conseguiu tocar a bola nas redes vascaínas. Depois do segundo gol, o Atlético-MG diminuiu o ritmo e o Vasco se lançou mais ao ataque, criando também suas chances. Na melhor delas, aos 26min, Souza cabeceou, Aranha defendeu parcialmente e, antes de Elton, Jairo Campos pôs a bola para escanteio. Na cobrança, novamente o equatoriano salvou, desta vez de cabeça.
Os 15 minutos finais dessa etapa foram caracterizados pela tentativa do time carioca de chegar ao seu gol e pelos contra-ataques atleticanos, que buscavam aumentar a vantagem. De acordo com levantamento do Datafolha, disponibilizado pelo Placar UOL, nos 45 minutos iniciais o Atlético-MG finalizou nove vezes, duas a mais que o Vasco. Houve equilíbrio no número de faltas – cinco para cada lado. Nos desarmes, o time da cada fez 43 contra 39 do adversário, acertando 86,9% contra 83,3%.
Para o técnico Gaúcho, o problema do Vasco não foi ofensivo, nem gerado pela ausência do meia Carlos Alberto, por contusão. “O problema do Vasco está atrás, a marcação ficou muito distante, temos de apertar mais a marcação para tirar espaços do Atlético, que é um time muito rápido e técnico”, observou o treinador.
Os dois times voltaram com as mesmas formações para o segundo tempo e, logo no primeiro minuto, o Atlético-MG quase chegou ao seu terceiro gol, por meio de Coelho, que voltou ao time. Ao tentar cruzar, o atleticano acabou batendo a bola por cobertura, obrigando Fernando Prass a desviá-la. Na sequência, Fabiano pegou o rebote, mas a defesa adversária aliviou.
O time da casa, entretanto, não deu sequência a esse ritmo e viu o Vasco crescer. Aos 10 min, Elton diminuiu para os visitante, ao aproveitar rebote do goleiro Aranha. O time carioca dominava a situação e buscava o empate. Numa tentativa de reequilibrar a partida, Vanderlei Luxemburgo tirou Fabiano e colocou o volante Carlos Alberto.
Insatisfeito com o rendimento de Dodô, a quem deu nova oportunidade, Gaúcho colocou Caíque em campo. Com o passar do tempo, a torcida atleticana, que estava calada, assustada com a queda de rendimento do time, voltou a esboçar cânticos e gritos de incentivo, a partir dos 30 minutos. Mas, até o final do jogo, a partida ficou aberta e o Vasco poderia ter empatado.
Os dados estatísticos ao término do jogo mostram a evolução do Vasco e o equilíbrio que houve. Enquanto o Atlético-MG finalizou 15 vezes, o Vasco só concluiu a gol uma vez menos. O percentual de passes certos foi bem próximo: 84,8% a 83,3%.
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